DESIGUAL

A loja era (é) um corredor com 11 m de profundidade por uma largura variável entre os 2,5m e os 3,5m no sítio mais favorável e mais uns fundos para armazém. A atmosfera é sombria: cores pesadas e mal iluminada, a loja está por terra, vergada pelas arrobas de artigo exposto, infelizmente de grande qualidade. Esta máquina do tempo se alguma foi uma imagem provocadora de instintos de consumo, nunca foi elegante e actualmente é um corpo a definhar a funcionar pela simpatia do serviço e pelas grifes. Uma loja de jeanswear e acessórios em 36m2. Pediam-me vermelho, provocação, ordem, funcionalidade, flexibilidade, controle de custos, prazos… retenho flexibilidade – prateleiras; mobiliário volante e de exposição; pendurados: balcão – computador, caixa, hi-fi; montra; separadores; provadores; iluminação; reclame; som; imagem… era um filme repetido, tinha-o visto anos antes, era acerca de um massacre – tempo, esforço, desenho e redesenho em tudo vezes sem conta. - Para tanta flexibilidade preciso de plasticina!... Porque não? Síntese: uma escultura de plasticina 1 pavimento, 1 prateleira, 1 nicho de destaques, 1 tecto serão uma só matéria e uma só coisa. A partir de um molde estico-o e faço uma extrusão. Um perfil extrudido onde são visíveis formas em negativo que ao perfurar a uma massa informe, moldarão todos os elementos de exposição e trabalho. Corto 1 fatia em dos topos da massa, na frente o espaço residual é entrada e montra nos fundo é o espaço de estar, de espera e distribuição para provadores e escritório