Casa Pátio | Caio Persighini Arquitetura & Design

From the beginning, there was a discussion about the possibility of building a two-story house for Casa Patio. However, there was a constant concern to maintain an open area, a free space. This concern was always present, and in a way, the concept of the patio was already implicit from the start of the project.

The couple, generous and receptive, were always open to discuss the project, allowing me the freedom to think, conceive, and develop the architecture according to my vision. They allowed the project to flow, letting the architecture express itself freely.

There were no restrictions or limitations on what they wanted. The program of needs included a spacious living room, kitchen, integrated gourmet area, three suites, a living room, laundry room, and a peculiar detail: a brewery in the house.

At the beginning, we explored some ideas and studies that were not yet the project itself, but they served to address important issues and allowed them to express themselves more extensively.

However, there was a crucial moment when I had an insight about the house, and this highlights the importance of client trust and the freedom given for creation. The insight was to take advantage of the terrain's topography in favor of the project. The plot was wider than usual in the region and had a slight slope that could be beneficially used. Considering the limits of the condominium, it was possible to work with this terrain feature. Thus, the project took advantage of this slope, dividing the house into different levels: the second floor, the semi-basement, and the social ground floor. This conception was only possible thanks to the freedom of discussion with the clients, who had no prejudices or preconceived ideas. They were extremely open to discussing the house's architecture and generous in trusting the potential of our studio.

The project evolved until we reached a conception that everyone agreed was ideal for the house. After that, we started refining the details, such as the sizing and location of the spaces. Then, we developed the interior design project for the house.The crucial moment was when we effectively incorporated the reading of the terrain into the project's discussion. Initially, we had a somewhat superficial reading of the terrain, only considering its size. We had not stopped to question other perspectives of the plot, independent of the house. It was at that moment that we deconstructed the idea of simply building a floor above the ground. The question arose: why not take advantage of the gentle slope and the width of the terrain? That was the decisive moment when the terrain defined the architecture of the house.

The use of concrete in the house was consciously thought out, considering not only the materiality but also the construction dynamics, architectural reasoning, and structure. The concrete was cast in place, which brought fluidity and naturalness to the project. The house is mainly composed of concrete slabs, with external enclosures of glass. The internal distribution of spaces was defined according to the need to create rooms.

The idea of using brises in the rooms arose with the intention of creating a second atmosphere within these spaces. Since the house has no direct neighbors and is located in a wooded area of the condominium, the principle of "muxarabi" was adopted. This allows residents to enjoy the landscape by opening the curtains and windows, while those outside have difficulty seeing the interior due to the exchanged luminosity provided by the brises.

One of the highlights is the suite, which has an almost 180-degree panoramic view of the bed area. This allows residents to enjoy privacy while watching TV with the curtains open since they are not as exposed as if there were only glass without the brise. Therefore, it is in the rooms that this architectural reading is emphasized, and the brises play a fundamental role in this sense

In the social area, the decision was made to leave the space open, allowing for extensive integration with the exterior. The entrance hall, which functions as the distribution center of the house, connects the basement, ground floor, and first floor. Upon entering the residence, we come across the patio, framed by the parallelism of the two blocks of the house, and featuring a white ipê tree, a deck, and the pool integrated with the suspended block.

The circulation in the house is extremely dynamic, providing different ways of moving even in a traditional lot. The possibility of going up, down, forward, and backward creates a unique experience for the residents.

It is interesting to note that upon entering the hall, you are directed towards the center of the house. When leaving the suite towards the social area, you can appreciate the view of the patio. The privileged view provided by the slightly elevated positioning of the bedroom and the hall creates a pleasant sensation when contemplating the spaces. The focus when building a house is to create an environment that evokes sensations, perceptions, and feelings, encouraging the use of spaces. Playing with the sensory is one of the most important aspects that strengthen the residents' appreciation for the house.

When you are in the elevated bedroom, you can admire the house in a unique and specific way. In the entrance hall, which is the point of entry for visitors, the house also offers an interesting perspective. In the living room, with the curtains open, you can appreciate the view of the street, the suspended block, the garage, and the hall. The fluidity of the house and the emphasis on contemplating the surrounding spaces provide a feeling of comfort, peace, tranquility, and rest for those present.

[PT]

Desde o início, surgiu uma discussão sobre a possibilidade de construir um sobrado para a Casa Pátio. No entanto, havia uma preocupação constante em manter uma área livre, um espaço aberto. Essa preocupação sempre esteve presente  e de certa forma, a leitura do pátio já estava implícita desde o início do projeto.

O casal, generoso e receptivo, sempre esteve aberto para discutir o projeto, permitindo-me liberdade para pensar, conceber e desenvolver a arquitetura de acordo com minha visão. Eles permitiram que a construção do projeto fluísse, deixando a arquitetura se expressar livremente.

Não houve restrições ou limitações quanto ao que desejavam. O programa de necessidades incluía uma ampla sala, cozinha, área gourmet integrada, três suítes, sala de estar, lavanderia e um detalhe peculiar: uma cervejaria na casa.

No início, exploramos algumas ideias e estudos, que ainda não eram o projeto em si, mas serviram para que questões importantes fossem abordadas e que eles pudessem se expressar de forma mais ampla.

No entanto, houve um momento crucial no qual tive o insight da casa, e isso destaca a importância da confiança do cliente e da liberdade concedida para a criação. O insight foi utilizar a topografia do terreno a favor do projeto. O lote era mais largo do que o comum na região e apresentava uma sutil declividade, que poderia ser utilizada de forma benéfica. Levando em consideração os limites do condomínio, foi possível trabalhar com essa característica do terreno. Assim, o projeto se aproveitou dessa declividade, dividindo a casa em diferentes níveis: o sobrado, o semi aterro e o térreo social. Essa concepção só foi possível graças à liberdade de discussão com os clientes, que não tinham preconceitos ou ideias pré-concebidas. Eles foram extremamente abertos para discutir a arquitetura da casa e generosos em confiar no potencial do nosso studio.

O projeto foi se desenvolvendo até que chegamos a uma concepção que todos concordam ser a ideal para a casa. Depois disso, passamos a refinar os detalhes, como dimensionamento e implantação dos ambientes. Em seguida, desenvolvemos o projeto de interiores da casa.

O momento crucial foi quando incorporamos efetivamente a leitura do terreno na discussão do projeto. Inicialmente, estávamos fazendo uma leitura um tanto superficial do terreno, apenas considerando sua dimensão. Não tínhamos parado para questionar outras perspectivas do lote, independentemente da casa. Nesse momento, desconstruirmos a ideia de simplesmente construir um pavimento acima do solo. Foi quando surgiu a pergunta: por que não aproveitar a pequena queda e a largura do terreno? Esse foi o momento decisivo em que o terreno definiu a arquitetura da casa.

O uso do concreto a casa foi pensado de forma consciente, considerando não apenas a materialidade, mas também a dinâmica construtiva, o raciocínio arquitetônico e estrutural. O concreto foi moldado in loco, o que trouxe fluidez e naturalidade ao projeto. A casa é composta principalmente por lâminas de concreto, com fechamento externo em vidro. A divisão interna dos ambientes foi definida de acordo com a necessidade de criar quartos.

A ideia de utilizar brises nos quartos surgiu com o intuito de criar uma segunda atmosfera dentro desses espaços. Como a casa não tem vizinhos diretos e está situada em uma área arborizada do condomínio, foi adotado o princípio do muxarabi. Isso permite que os moradores possam desfrutar da paisagem ao abrir as cortinas e janelas, enquanto aqueles que estão do lado de fora têm dificuldade em ver o interior devido à troca de luminosidade proporcionada pelos brises.

Um dos pontos destacados é a suíte, que possui uma visão panorâmica de quase 180 graus da área da cama. Isso permite que os moradores desfrutem de privacidade ao assistir TV com as cortinas abertas, pois não ficam tão expostos como se houvesse apenas vidro sem o brise.Portanto, é nos quartos que essa leitura arquitetônica é enfatizada, e os brises desempenham um papel fundamental nesse sentido.

Na área social, optou-se por deixar o ambiente aberto, permitindo uma integração ampla com a área externa. O hall de entrada, que funciona como o centro de distribuição da casa, conecta o subsolo, o térreo e o primeiro pavimento. Ao adentrar a residência, nos deparamos com o pátio, que é emoldurado pelo paralelismo dos dois blocos da casa, e possui um ipê branco, deck e a piscina integrada ao bloco suspenso.

A circulação na casa é extremamente dinâmica, proporcionando diferentes maneiras de se movimentar mesmo em um lote tradicional. A possibilidade de subir, descer, avançar e retornar cria uma experiência única para os moradores.

É interessante notar que, ao entrar no hall, você é direcionado para o centro da casa. Ao sair da suíte em direção à área social, é possível apreciar a paisagem do pátio. A vista privilegiada proporcionada pelo posicionamento levemente elevado do quarto e pelo hall cria uma sensação prazerosa ao contemplar os espaços. O foco ao construir uma casa é criar um ambiente que desperte sensações, percepções e sentimentos, incentivando o uso dos espaços. Mexer com o sensorial é um dos aspectos mais importantes que fortalecem o apreço pela casa por parte dos moradores.

Quando se encontra no quarto em um nível mais elevado, é possível admirar a casa de uma forma única e específica. No hall, que é o ponto de entrada para visitantes, a casa também oferece uma perspectiva interessante. Na sala, com as cortinas abertas, é possível apreciar a vista da rua, do bloco suspenso, da garagem e do hall. A fluidez da casa e a ênfase na contemplação dos ambientes ao redor proporcionam uma sensação de aconchego, paz, tranquilidade e descanso para aqueles que estão presentes.

[ES]

Desde el principio, surgió una discusión sobre la posibilidad de construir una casa de dos pisos para Casa Patio. Sin embargo, siempre existió una preocupación constante por mantener un área libre, un espacio abierto. Esta preocupación estuvo presente desde el inicio del proyecto, de alguna manera, la lectura del patio ya estaba implícita. La pareja, generosa y receptiva, siempre estuvo abierta a discutir el proyecto, permitiéndole la libertad de pensar, concebir y desarrollar la arquitectura según mi visión.

Permitieron que la construcción del proyecto fluyera, dejando que la arquitectura se expresara libremente. No hubo restricciones o limitaciones en cuanto a lo que deseaban. El programa de necesidades incluía una amplia sala, cocina, área gourmet integrada, tres suites, sala de estar, lavandería y un detalle peculiar: una cervecería en la casa. Al principio, exploramos algunas ideas y estudios que aún no eran el proyecto en sí, pero sirvieron para abordar cuestiones importantes y permitirles expresarse de manera más amplia. Sin embargo, hubo un momento crucial en el que tuve una revelación sobre la casa, y esto destaca la importancia de la confianza del cliente y la libertad otorgada para la creación. La revelación fue aprovechar la topografía del terreno a favor del proyecto. El lote era más ancho de lo común en la región y presentaba una sutil pendiente que se podría utilizar de manera beneficiosa. Teniendo en cuenta los límites del condominio, fue posible trabajar con esta característica del terreno. De esta manera, el proyecto aprovechó esta pendiente dividiendo la casa en diferentes niveles: el segundo piso, el semisótano y la planta baja social. Esta concepción solo fue posible gracias a la libertad de discusión con los clientes, quienes no tenían prejuicios ni ideas preconcebidas. Fueron extremadamente abiertos para discutir la arquitectura de la casa y generosos al confiar en el potencial de nuestro estudio. 

El proyecto se fue desarrollando hasta que llegamos a una concepción que todos están de acuerdo en que es la ideal para la casa. Después de eso, comenzamos a refinar los detalles, como el dimensionamiento y la ubicación de los espacios. Luego, desarrollamos el proyecto de interiores de la casa.

El momento crucial fue cuando incorporamos efectivamente la lectura del terreno en la discusión del proyecto. Inicialmente, estábamos teniendo una lectura un tanto superficial del terreno, solo considerando su tamaño. No nos habíamos detenido a cuestionar otras perspectivas del lote, independientemente de la casa. Fue en ese momento cuando desconstruimos la idea de simplemente construir un piso sobre el suelo. Surgió la pregunta: ¿por qué no aprovechar la ligera caída y el ancho del terreno? Ese fue el momento decisivo en el que el terreno definió la arquitectura de la casa.

El uso del concreto en la casa fue pensado de manera consciente, considerando no solo la materialidad, sino también la dinámica constructiva, el razonamiento arquitectónico y estructural. El concreto se moldeó in situ, lo que le dio fluidez y naturalidad al proyecto. La casa está compuesta principalmente por láminas de concreto, con cerramientos externos de vidrio. La distribución interna de los espacios se definió según la necesidad de crear habitaciones.

La idea de utilizar celosías en las habitaciones surgió con el objetivo de crear una segunda atmósfera dentro de estos espacios. Como la casa no tiene vecinos directos y está ubicada en una zona arbolada del condominio, se adoptó el principio de "muxarabi". Esto permite que los residentes puedan disfrutar del paisaje al abrir las cortinas y ventanas, mientras que aquellos que están afuera tienen dificultades para ver el interior debido al intercambio de luminosidad proporcionado por las celosías. Uno de los aspectos destacados es la suite, que tiene una vista panorámica de casi 180 grados del área de la cama. Esto permite que los residentes disfruten de privacidad al ver la televisión con las cortinas abiertas, ya que no están expuestos como si hubiera solo vidrio sin las celosías. 

Por lo tanto, es en las habitaciones donde se enfatiza esta lectura arquitectónica, y las celosías desempeñan un papel fundamental en este sentido. En el área social, se optó por dejar el espacio abierto, permitiendo una integración amplia con el exterior. El vestíbulo de entrada, que funciona como el centro de distribución de la casa, conecta el sótano, la planta baja y el primer piso. Al ingresar a la residencia, nos encontramos con el patio, que está enmarcado por el paralelismo de los dos bloques de la casa y cuenta con un árbol ipê, una terraza y una piscina integrada al bloque suspendido. La circulación en la casa es extremadamente dinámica, proporcionando diferentes formas de moverse incluso en un lote tradicional.

La posibilidad de subir, bajar, avanzar y retroceder crea una experiencia única para los residentes. Es interesante notar que al ingresar al vestíbulo, se dirige hacia el centro de la casa. Al salir de la habitación hacia el área social, se puede apreciar el paisaje del patio. La vista privilegiada proporcionada por la ubicación ligeramente elevada de la habitación y el vestíbulo crea una sensación placentera al contemplar los espacios.

El enfoque al construir una casa es crear un ambiente que despierte sensaciones, percepciones y sentimientos, fomentando el uso de los espacios. Jugar con lo sensorial es uno de los aspectos más importantes que fortalece el aprecio de los residentes por la casa. Cuando te encuentras en la habitación en un nivel más elevado, puedes admirar la casa de una manera única y específica. En el vestíbulo, que es el punto de entrada para los visitantes, la casa también ofrece una perspectiva interesante. En la sala, con las cortinas abiertas, se puede apreciar la vista de la calle, del bloque suspendido, del garaje y del vestíbulo. La fluidez de la casa y el énfasis en la contemplación de los espacios circundantes brindan una sensación de comodidad, paz, tranquilidad y descanso para quienes están presentes.

Photography: Favaro JR

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