PRAÇA GUILHERME PINTO | Luisa Valente

INTERVENTION WITH MEMORY Matosinhos Municipality / Portugal / 2019

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PRAÇA GUILHERME PINTO


INTERVIR COM A MEMÓRIA | O PASSADO PROJETADO NO FUTURO.


 A Praça Guilherme Pinto visa valorizar o espaço público e melhorar a qualidade de vida das pessoas no aumento dos hábitos de socialização no espaço coletivo. Este projeto tem em conta o tecido morfológico, histórico e sociológico, não só do local do projeto, mas de todo o sistema onde se insere - o quarteirão - como unidade morfológica que se insere no tecido urbano de Matosinhos Sul, outrora fortemente industrializado e agora habitacional que carece de um espaço público com urbanidade onde se  estabelece uma ordem funcional, hierarquizando o espaço e seus usos, um novo espaço coletivo - Praça - como lugar de encontro, espaço das afetividades, intencional de permanência.


 A Praça insere-se na matriz do modelo de cidade industrial como desígnio do projeto, o espaço público é um contador da história da Cidade – a história da evolução da indústria conserveira da cidade de Matosinhos.


 O espaço público da Praça Guilherme Pinto conta uma história, a história da evolução da indústria da Conserveira do Concelho, através de um percurso de peixes, em que cada peixe é o símbolo de uma fábrica, devolvendo a Matosinhos uma parte importante de sua memória, identidade e cultura. Seja no tempo da cidade ou no tempo da indústria conserveira, as fábricas do concelho eram 54. É esta memória, a das fábricas e dos seus nomes, que se pretende perpetuar.


A morfologia do quarteirão industrial faz parte da identidade do projeto atual. Preenchido no seu perímetro por duas avenidas que respeitam esta identidade, substituindo a mancha do construído por uma mancha arbórea, com a implantação de 120 árvores e ao centro, um vazio pleno. Há um respeito pela identidade da morfologia do quarteirão industrial e o equilíbrio entre as duas avenidas verdes (ainda não visíveis, é preciso dar tempo ao projeto no tempo da cidade) mas projetadas, que dialogicamente morfológica e espacialmente com o espaço central da Praça. Esse equilíbrio entre vazio e cheio, o espaço vazio também assume o seu protagonismo necessário para a urbanidade do espaço urbano.


A definição da estereotomia dos cortes de retração foi projetada por forma a que os cortes, no seu conjunto, formassem uma rede, a rede de pesca que une todos os peixes prefabricados que ficaram encastrados no pavimento.


A leitura do tecido sua envolvente ainda tem cicatrizes quer ao nível da sua malha urbana, quer na leitura fragmentada do seu edificado, o que se traduz na falta de preenchimento que foi sucessivamente preenchido (nem sempre traduzido num equilíbrio que se pretende na legibilidade do espaço criado - a Praça, uma nova centralidade na leitura da cidade.


 As duas esculturas existentes para um projeto local do escultor Rui Anahory, Chaminé e Cardume, vieram complementar e reforçar o desígnio do projeto. A sua inserção no espaço urbano segue também um fio condutor de toda a história que insere no desígnio do projeto na Praça.


 Na área de intervenção desenvolve-se uma série de funções essenciais à atividade urbana, funções de lazer: a Praça é atravessada diagonalmente pela 'Broadway', um percurso pedonal, o antigo canal de acesso a Leixões, eixo marcante que permite articular as relações entre a cidade, o Parque da Cidade do Porto e a frente de mar.


 Um elemento, percurso, que mudará a dinâmica sócio-urbano-cultural e sobretudo enfatizará as relações entre as atividades da Cidade, o Parque da Cidade e a Frente de Mar, a Praça e a Cidade.



Afirmar este espaço como público, de acesso a todos os habitantes, eliminando as barreiras arquitetónicas que contribuem para um espaço de exclusão.
  
Luísa Valente, PhD

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    Project details
    • Year 2019
    • Work started in 2017
    • Work finished in 2019
    • Status Completed works
    • Type Public Squares / Government and institutional buildings
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