Proposta Edifício Sede IAB/DF + CAU/BR | Julianderson Brandão

Proposta para o Concurso Público Nacional de Projetos de Arquitetura e Complementares para a Sede IAB/DF + CAU/BR

Equipe formada pelos arquitetos Leonardo Palhano, Jose Lucio de Assis Ferreira e Julianderson Brandão

Memorial

As linhas paralelas remetem ao infinito, que é o limite da imaginação, da criação na arquitetura. Dois edifícios que sediarão as instituições representadas de forma bilateral, porém respeitando a autonomia de ambos (do CAU e IAB), referem aos dois lados de um organismo, que andam paralelos, mas com objetivos análogos.

O conjunto arquitetônico composto por subsolo, térreo e dois pavimentos é marcado por duas lâminas posicionadas diagonalmente em relação ao lote, dividindo a edificação em dois blocos. As lâminas diagonais e os espelhos d’água exercem o caráter de difusão e aproveitamento dos ventos dominantes, potencializando o conforto climático nos pavimentos.

A arquitetura do espaço proporciona o encontro. As cores fortes refletem a contemporaneidade que nossa cidade requer e ainda a função de agradar aos olhos daqueles que observam a arte.

O sistema construtivo e os materiais norteiam o resultado de um edifício que atende aos requisitos de conforto ambiental, estética, economia e conservação do meio ambiente. Por isso a opção pela estrutura metálica, por sua leveza, agilidade na construção e economia de materiais na execução da obra.

O sistema ortogonal da estrutura dos edifícios IAB/CAU é seccionado por duas lâminas em treliças metálicas diagonais, leves, revestidas com placas de alumínio que estão apoiadas nas suas extremidades no solo, ao nível do subsolo.

A fachada, revestida em mármore branco dialoga com a cidade monumental e simbólica nos seus eixos, bucólica e aconchegante nas suas super quadras, é protegida por uma casca metálica, contemporânea, em placas ventiladas que permitem a circulação de ar, proteção contra o excesso de luz e calor mantendo a constante renovação do clima interno.

Os pisos externos em cimento antiderrapante e de circulação interna em cimento polido dialogam e contrastam ao mesmo tempo com o mármore da fachada em um simbolismo forte, belo, singelo e sofisticado ao mesmo tempo. Para os pisos dos ambientes internos optamos por placas vinílicas que permitem boa qualidade acústica, higiene, resistência a água, facilidade de aplicação e manutenção.

Enfim, esperamos que o edifício marque de fato a paisagem modernista de Brasília, com sua volumetria tradutora de toda história arraigada desses órgãos tão importantes para a arquitetura e o urbanismo brasileiro. Que esta manifestação da criação desperte em nós o melhor da inspiração divina.

Apenas Dois

Dois...

Apenas dois.

Dois seres...

Dois objetos patéticos.

Cursos paralelos

Frente e frente...

...Sempre...

...a se olharem...

Pensar talvez:

"Paralelos que se encontram no infinito..."

No entanto sós por enquanto.

Eternamente dois apenas.

(Pablo Neruda)