Cobogó house | studio mk27

Casa Cobogó - Selected for Leaf award 2012 - short list [ENG] [POR] [ENG] - The light of the abundant tropical Sun falls on the white volume of the top floor of the house, penetrating the holes of the hollowed elements and covering the floor of the interior space. Thus, the design of spatialized lace is formed from the shadows and solar rays. The effect is multiplied throughout the ambient, making a construction from the light itself. Throughout the days, throughout the months, the hollowed-out elements take on different forms with the incidence of the sun; at night, this effect once again is transformed; in a continuous process of metamorphosis, its form changes from the light. The soft volumetric geometry of the hollowed-out elements comprising the walls is a complex construction, made with infinite curved lines. The modular element, a work of art, was designed by the Austrian-American Erwin Hauer who, since 1950, has conceived and made sculptures for architectural space. His minimalist elements dialogue with the architecture and remind us of some traces of Brazilian modern architecture. The curved lines, designed with perfection nod to the architecture of Brasilia by Niemeyer; furthermore, the concrete modules descend from the Cobogós – which lends its name to the house – created in Recife and diffused by Lucio Costa in delicate references to colonial architecture. The Cobogó House is a modern house in which the art of Erwin Hauer can be used naturally, as a part of the entire architecture. In the play of mounting pure volumes, made of white spackling paste, concrete and wood; lies, together with the terrace garden, the volume constructed from the hollowed elements by Erwin Hauer. Inside this space, there is a multiple-use living room and a small spa. On the ground floor the living room connects entirely with the garden, where there is a small artificial lake. Fish and plants help maintain the biological balance of the pool without the use of chemical products that assail the environment. This environmental thought permeated the entire project which incorporated principles of sustainability established by rigid standards, similar to certifications. In the house, there is a great concern to use recycling apparatus and reduce water consumption; rationalize and organize the construction to minimize the impacts; use devices for energy efficiency and optimization; install solar heating plaques; besides using only certified, recycled or ecologically correct material. The use of this knowledge together with architecture that respects the local climate resulted in a house having excellent inner comfort. In both the back living room – which on one side opens to a large front garden and on the other to a patio of trees – and the bedrooms, the inner ambients are shaded by wooden mashrabiyas that make possible good ventilation with internal shading. The panels can open entirely as can the floor-to-ceiling sliding glass doors, diluting, in this way, the transition between internal and external space. On the last floor, the work of art thought of as architectural space is the symbol of the house which, just as the enormous Jabuticabeira of the garden, constructs a singular space and a reflexive atmosphere that invokes a brief contemplative silence. [POR] A luz do sol abundante dos trópicos incide no volume branco do último piso da casa, penetra nos buracos dos elementos vazados e incide no piso no espaço interno. Forma-se então um desenho de uma renda espacializada de sombras e raios solares. O efeito se multiplica por todo o ambiente, fazendo da própria luz uma construção. Ao longo do dia, ao longo dos meses, os elementos vazados das paredes adquirem várias formas com a incidência do sol; à noite, o efeito muda de aspecto novamente; em um processo contínuo de metamorfose da forma a partir da luz. A geometria volumétrica suave dos elementos vazados que formam as paredes é uma construção complexa, feita com linhas curvas infinitas. O elemento modular, uma obra de arte, foi desenhado pelo artista austro-americano Erwin Hauer que desde a década de 1950 faz esculturas concebidas para o espaço arquitetônico. Os seus elementos minimalistas dialogam com a arquitetura e recordam alguns traços da arquitetura moderna brasileira. As linhas curvas, desenhadas com perfeição remetem à arquitetura de Brasília de Niemeyer; além disso, os módulos em concreto têm como seus ancestrais os cobogós - que dão nome a casa - criados em Recife e difundidos por Lucio Costa em delicadas referências à arquitetura colonial. A Casa Cobogó é uma casa moderna em que a obra de arte de Erwin Hauer pôde ser usada naturalmente, como parte de toda a arquitetura. No jogo de sobreposições de volumes puros, feitos de massa branca, concreto e madeira, repousa, junto do terraço jardim, o volume construído com os elementos vazados de Erwin Hauer. No interior desse espaço há uma sala de múltiplos usos e um pequeno spa. No térreo a sala se conecta inteiramente com o jardim, que abriga um pequeno lago artificial. Peixes e plantas ajudam a manter o equilíbrio biológico da piscina sem a ajuda de produtos químicos que agridam o meio ambiente. Esse pensamento ambiental permeou todo o projeto que incorporou princípios de sustentabilidade estabelecidos por rígidos padrões, similares às certificações. Existe na casa uma grande preocupação em usar dispositivos de reaproveitamento e diminuição de consumo de água; racionalizar e organizar a construção para minimização de impactos; utilizar dispositivos de otimização de eficiência energética; instalar placas de aquecimento solar; além de usar apenas materiais certificados, reciclados ou ecologicamente corretos. O emprego desses conhecimentos aliada a uma arquitetura respeitosa com o clima local, resultou em uma casa com excelente conforto interno. Tanto na sala dos fundos - que de um lado se abre para o grande jardim frontal e do outro para um pátio de árvores - quanto nos quartos, os ambientes internos são sombreados por um muxarabis de madeira que possibilita uma boa ventilação com sombreamento interno. Os painéis podem ser abertos inteiramente, assim como os caixilhos deslizantes de vidro, diluindo assim a transição entre o espaço interior e exterior. No último piso, a obra de arte pensada como um espaço arquitetônico é o símbolo da casa que, assim como a enorme jabuticabeira do jardim, constrói um espaço único e uma atmosfera reflexiva que invoca um breve silêncio contemplativo.