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Renovation of a single family house VILA NOVA DE FAMALICÃO / Portugal / 2002

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A história começa no verão de 1996 quando transitava do 4º para o 5º ano do Curso de Arquitectura e me foi proposto um desafio, após criticas a um “projecto de engenheiro”. O tempo passou devagar, um processo penoso…: toda a ingenuidade que nos é permitida na escola, não se perdoa no mundo da construção. Culpas repartidas pelas diferentes pessoas que tomaram a iniciativa, que o desenvolveram e que o construíram e que muito fizeram para que a realidade fosse outra... à excepção de uma, ou outra pessoa.
A todos agradeço sem excepção a oportunidade desta experiência que é, para bem e para o mal, testemunho do seu empenho.
Neste momento a obra está habitada, mas incompleta à espera da fundamental protecção solar projectada para os vãos da estrutura de ferro.
O pedido consistia na ampliação da casa que se tornava diminuta para uma família em crescimento em número e desejos. A ampliação previa um novo quarto para o casal e quarto de banho, um grande espaço social que albergasse o estar e jantar, uma piscina exterior, uma garagem com arrumos, e uma “cozinha regional” com uma ligação forte ao jardim.
A habitação existente situava-se num só lote de gaveto da urbanização, tendo o proprietário adquirido mais três lotes contíguos (21, 20 e 19), orientados no sentido Norte-Sul, com intenção de edificar apenas sobre o lote que lhe é adjacente. A casa é protegida a Norte e Nascente por um vasto massiço arbóreo que lhe atribui algum recolhimento, podendo abrir-se a Sul no sentido da paisagem minhota.
O modelo pré existente correspondia a uma solução corrente dos anos oitenta. A morfologia da casa não contribuía no sentido do enriquecimento do espaço interior, mas sim no tratamento do espaço exterior e na criação de um cenário de jardim devassado pela rua.
Da análise feita de todas os constrangimentos do programa sobre o terreno, nomeadamente arquitectónicos e paisagísticos, a proposta assume duas vertentes: uma integradora, das pré existencias e de reconciliação com o património regional; outra de ruptura de linguagem. A ampliação da habitação sujeitou-se à mancha de ocupação do lote adjacente à construção, prevista no Plano de Loteamento. O novo espaço com uma implantação de seis por 15 metros, incorpora em si, no rés-do-chão, a Norte, a sala de jantar com ligação à cozinha existente e a sala de estar dividida da anterior por um corpo suspenso que integra a lareira. Todo este espaço é conformado por um volume permeável ao Sol de pé direito duplo que pontualmente (sobre a sala de jantar e a Sul junto ao espelho de água) é ferido ao nível do segundo piso, pelas lajes do quarto do casal e da sala de jogos. A caixa de escadas, da antiga casa, assume-se como o principal elo entra as duas intervenções e dá acesso quarto novo do casal. Para a sala de bilhar foi necessário desenhar umas novas escadas autónomas da zona de quartos.
Ampliação se desenvolve nas costas da casa actual, sobre uma empena cega marcada pela incontornável presença dos telhados, optou-se continuidade do telhado maior. - Alias não podia evita-lo era uma exigência do cliente!…
A casa, bem como os anexos, é elevada sobre um sistema estrutural aparente em vigas e pilares HEB (-forte! capaz apoiar uma torre de 30 andares!...) de aço galvanizado e pintado. Os pavimentos interiores elevados são lajes de betão aligeiradas com revestimentos em soalho ou pedra.
A nova habitação traz consigo o espaço de reunião em família e expande-o para o centro do logradouro. O espaço exterior adquire a forma de pátio, definido pela colocação da piscina perpendicular à casa, pela envolvência das árvores de fruto a poente e pela protecção dos anexos a Norte. Os anexos são constituídos pelas garagens, pelas salas de arrumos e a casa do cão salientes para obter maior intimidade na “cozinha regional”, que lhes é contígua, e pela casa da lenha. O conjunto é protegido da rua e do lote vizinho em todo o perímetro por árvores de pequeno porte (laranjeiras e oliveiras). O espaço exterior é assim uma grande e solarenga eira minhota com lajes de granito entremeadas por espaço de relva e jardim, contemplada pela esplanada frente à “cozinha regional” .
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    A história começa no verão de 1996 quando transitava do 4º para o 5º ano do Curso de Arquitectura e me foi proposto um desafio, após criticas a um “projecto de engenheiro”. O tempo passou devagar, um processo penoso…: toda a ingenuidade que nos é permitida na escola, não se perdoa no mundo da construção. Culpas repartidas pelas diferentes pessoas que tomaram a iniciativa, que o desenvolveram e que o construíram e que muito fizeram para que a realidade fosse outra... à excepção de uma, ou outra...

    Project details
    • Year 2002
    • Work started in 1996
    • Work finished in 2002
    • Main structure Reinforced concrete
    • Status Completed works
    • Type Single-family residence
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