Prédio Esperança, Sesimbra | darq arquitectura

O edifício existente é bastante antigo com a sua construção anterior a 1951 e apresenta neste momento um avançado estado de má conservação e degradação geral. Tem uma área de implantação de 47,26 m², ocupando toda a área do terreno e divide-se em duas habitações autónomas.

Propõem-se a alteração e ampliação de um edificado com cerca de 70 anos e que apresenta características equivalentes aos parâmetros de habitabilidade e salubridade de então, reabilitando e qualificando-o com o objetivo de responder ás necessidades de hoje em dia e integrá-lo na malha urbana onde se insere.

A intervenção vai no sentido da valorização do imóvel, reabilitando os elementos degradados e em mau estado de conservação, nomeadamente toda a estrutura organizativa interior piso a piso; e os elementos descontextualizados, nomeadamente os vãos da fachada principal que se encontram desordenados e com métricas diferentes, e a altura da edificação que é das mais baixas da frente de rua onde se insere.

O projecto apresentado propõem materializar três pisos acima da cota de soleira destinados a habitação, num total de três fracções autónomas, sendo os 3 fogos de tipologia T1, com uma entrada em comum feita pela fachada Nascente, pela Rua da Esperança.

A ampliação proposta, uma vez que condicionada pelas circunstâncias preexistentes, vai no sentido do aumento da cércea do edifício, ainda que mantendo as paredes perimetrais e estruturais existentes, a configuração da cobertura existente, a localização dos acessos verticais existentes e reabilitando a fachada principal da construção. Manteve-se o reboco pintado na cor branca em grande parte da fachada, introduzindo elementos pintados na cor cinza, as cantarias em pedra e destancando a intervenção nova, nomeadamente no piso cimeiro e cobertura, é agora revestida por chapas de zinco na cor cinza.

A nova configuração organizativa interior, distribui duas zonas distintas por fogo - uma zona social da casa constituída por sala e kitchenette em "openspace" que usufrui de um dos vãos existentes, e uma outra zona mais privada composta por quarto e instalação sanitária que goza do segundo vão, sempre privilegiando os espaços de estar e maior permanência confinantes com a fachada principal.  No piso superior, além de se ter prolongado a métrica dos dois vãos na fachada, através de duas trapeiras, está prevista ainda a iluminação e arejamento deste espaço, através da abertura de vãos de cobertura, tipo velux.

É de salientar ainda uma nova preocupação formal e uma melhoraria das condições de habitabilidade e de funcionalidade que se preconiza também pela procura de padrões de desempenho mais elevados e adoção de critérios de eficiência energética, nomeadamente com a instalação de sistemas de microprodução de energias renováveis e da instalação de sistema de ar condicionado que servirá as três habitações. Prevê-se ainda o acesso técnico à cobertura, para manutenção dos sistemas aí colocados, através de um alçapão localizado no espaço comum do edifício, na continuação dos acessos verticais, cujo alçapão tem ainda a dupla função de iluminação e arejamento da caixa de escadas do edifício.