Tercenas do Marquês | Magmáticos

Os terraços das esquecidas Tercenas do Marquês; a devida homenagem às emblemáticas
margens do Tejo; a convicção de que a fórmula mais apropriada para
este lugar denso e repleto de construções diversas, deveria ser simples, minimalista,
capaz de realçar o que de mais bonito há no lugar: as vistas únicas daquele
ponto da cidade de Lisboa.
Foram estes os nossos pontos de partida para a concepção deste projeto.
Desenhamos, então, uma estrutura única, que faz a ligação entre a Rua das Janelas
Verdes(cota15), a Avenida 24 de julho e a margem do Rio Tejo (cota 3). Gostamos
de pensar neste projeto de uma forma figurada; uma peça que é encaixada no
tecido urbano. Esta peça, simples e depurada, minimalista, acaba por funcionar,
também, como elemento de equilíbrio que une o todo e, que por isso também,
reduz o ruído da envolvente.
A malha urbana densa, é então contornada, envolvida e por vezes perfurada, de
forma a permitir um passeio contínuo a diferentes cotas.
A materialidade de cor preta destaca a peça, dá-lhe protagonismo, assumindo-se
como ponto de fuga do olhar para quem procura encontrar um conjunto arquitectónico
mais harmonioso.
Por fim, para além da preocupação estética este projeto oferece aos habitantes
ou aos visitantes a possibilidade de descobrirem novos pontos de vistas , outros
olhares sobre o rio Tejo, onde a margem Norte é sublimada graças ao percurso
pedestre sugerido
Na prática, projetamos dois circuitos: (1 ) um circuito principal, que parte dos
terraços das Tercenas, passa pela calma descida em direção à nova praça (que
nasce entre edifícios) e prossegue sobre a interessante e densa avenida 24 de julho,
até ao Tejo terminando no miradouro, onde termina este novo percurso aéreo; (
2 ) o segundo circuito é feito entre edifícios, aproveitando o que já existe, embora
com intervenções de restauro e alterações na materialidade da envolvente.
Por fim, um detalhe, a presença de uma linha simples no pavimento que indica a
marca das margens do rio em 1856, segundo as plantas históricas de Filipe Folque