Área de Lazer | beto faria

Ponto de fuga
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Marcelo Lima – O Estado de S.Paulo
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Costumamos brincar que temos uma casa de campo, mas não precisamos tirar o carro da garagem para chegar nela.” Por tudo o que isso comporta, do prazer de se sentir fora de São Paulo – mesmo estando perto da Avenida Paulista – ao privilégio de não ter de enfrentar as congestionadas rotas de escape da cidade, a frase acima, pronunciada em uníssono pelo casal Yaskara e Fernando, já despertaria surpresa. Mas ela resume apenas o essencial. Por qualquer ângulo que se olhe, essa confortável residência, legítima herdeira de um dos sobrados que fizeram a história do bairro da Pompeia, merece uma prolongada visita. Ou, excetuando aqueles que compartilham da intimidade do casal, ao menos um olhar mais atento. Afinal, poucos poderiam imaginar o que se esconde por trás de sua tão “concreta” fachada. “Compramos o imóvel em 1995 e, após uma reforma que durou quase um ano e meio, nos mudamos para cá, com nossos dois filhos mais velhos. O mais novo nasceu por aqui mesmo e vive conosco até hoje. Os mais velhos já moram sozinhos – um deles é até nosso vizinho agora”, conta Fernando, citando Felipe, o filho mais velho do casal, que habita um loft construído ao lado da residência da família. Da escolha do bairro, feita inicialmente por conveniência – Fernando abriu ali, em 1990, sua primeira loja de móveis, que leva seu nome –, Yaskara lembra ter simpatizado, de cara, com a atmosfera calma da região. “Um bairro tranquilo, cheio de casinhas geminadas e ruas arborizadas, onde senti que era possível passear com as crianças, conhecer o jornaleiro pelo nome”, lembra ela, sem se esquecer do fundamental. “Nossa prioridade sempre foi trabalhar o mais próximo possível de casa para preservar o convívio com nossos filhos”, diz Fernando. “Inicialmente, compramos um lote de 350 m². Alguns anos mais tarde, adquirimos o vizinho, de 700 m², onde hoje vive nosso filho. Tempos depois, compramos o dos fundos, onde pudemos realizar um antigo sonho: aumentar a área do quintal e construir um anexo. Um espaço de encontro para receber os amigos e a família, frente a uma piscina em formato de raia única”, conta. Atualmente, o imóvel tem área construída – incluindo casa, edícula, garagem e anexo – de 390 m². O projeto de reforma foi obra dos arquitetos Beto Faria e Jacqueline Rodovalho. Entre as intervenções, o fechamento da varanda da suíte do casal com um brise de madeira. “Com isso ganhamos mais armários e, de quebra, um pequeno escritório”, comenta Fernando. No mais, a distribuição obedece a critérios bastante funcionais. A casa principal, com dois pavimentos, conta com térreo composto por salas de estar e jantar e cozinha integradas, além de lavabo e sala íntima. No andar superior, estão dois quartos e um banheiro e ainda a suíte do casal. Conduzida a quatro mãos por Fernando e Yaskara, a decoração dos interiores é sóbria e funcional. As paredes são todas caiadas. Os pisos das salas e quartos são de tábua corrida, enquanto cozinha, lavabo e despensa receberam revestimento de ladrilho hidráulico. Enfatizando a preocupação com a economia de energia, por todo o imóvel, o projeto arquitetônico procurou privilegiar a iluminação e a ventilação naturais. As divisórias, quando existentes, apenas preservam as áreas íntimas. Ao centro, uma grande claraboia ilumina a área central da casa, reduzindo o consumo de energia elétrica e reservando às lâmpadas o papel de coadjuvante, elas só aparecem nos momentos de real necessidade. Lá fora. Um dos pontos altos da casa, o anexo é uma atração à parte. Erguido junto a uma das paredes que delimitam a edificação, tem sala de TV, cozinha com churrasqueira e uma grande varanda, cercada por um laguinho com carpas, que abriga lareira e forno de pizza. Áreas demarcadas apenas por seus pisos: cozinha de vidrotil, jantar de pedra mineira e sala de TV e varanda de tábuas de madeira. Em forma de raia, a piscina, que se abre logo à frente, conta com um grande deck de madeira, ladeada por um paredão azulão e densa vegetação tropical. “As árvores e folhagens minimizam o calor do sol da tarde”, pontua Yaskara. “O imóvel foi se transformando com o tempo, com o crescimento de nossos filhos, com as necessidades que foram surgindo e desparecendo. Mas o essencial é que o jeitão de ‘casa’ permaneceu inalterado”, conclui http\://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/casa/ponto-de-fuga/ + 📸 - https://www.facebook.com/pg/betofariaarq/photos/?tab=album&album_id=128025517219295
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